sábado, 28 de agosto de 2010

Nosso amor não se corresponde por cartas
Se corresponde pelo coração
Se nos dias cinzentos, a chuva que se esconde por trás das nuvens, ousar em apagar os versos que em linhas tortas guardei pra ti
Não pouparás meu sofrimento, e ainda sim, te amarei
Palavra turva
Expressão furada
Sílaba vazia
Ode a vida
Refresca minha memória

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Decidi voltar a desenhar

Decidi voltar a desenhar.
Desenrolei o maior papel que tinha guardado, afiei meu lápis e me estiquei sobre o chão.
Ao fundo, um céu limpo, claro, e o sol se perdendo na profundidade.
No lado direito, uma pequena casa, porém aconchegante, e dois cachorros brincando de caçar os passarinhos que desciam para beber água.
Do lado esquerdo, esbocei uma estrada que se perdia no horizonte, cercada por muitas árvores.
No centro, me desenhei com um sorriso, escondendo meu rosto do forte calor que ali estava.
Ao meu lado... bem, ao meu lado...
Prefiro desenhar o vazio do que escrever!

Esquina

Sinto o cheiro do vento que bate em meu rosto. Tem cheiro de vento que quebra no mar. Me lembro do caminho que quebra na esquina, me lembro da imagem que um dia guardei.
Sinto o cheiro da moça que me abre um sorriso, Tem cheiro da ternura que um dia se foi, me lembro do cheiro que dobra a esquina.
Sinto teu cheiro quando passo alí. Tem cheiro de tempos que nunca esqueci, me lembro da vida que um dia vivi. Me lembro de ti.
Um homem, com roupas rasgadas ergueu os braços em meio a multidão e gritou:
Que se faça o sol!
Que se faça a chuva!
Que se faça a noite!
Que se faça o amor!
E só se escutava os cochichos de quem alí passava;
Este homem é Deus!
Querida,
Trago-lhe de presente esta pequena caixa de papel
Um dia poderei lhe dar um presente para guardar dentro dela
Por enquanto guarde apenas o meu coração.